Regresso a casa
Sabia que voltavas. Já tinha saudades tuas e a sombra da tua presença não me saciava. Ao acordar levemente todas as noites, horas a fio, numa insónia sonâmbula constante, irrompia a angústia dura e fria no meu peito ferido, próprio de quem é abandonado.
Quem te mandou partir? Demoraste uma vida a regressar a casa. Sabias como a tua ausência me magoava e entristecia. Mesmo assim preferiste partir. Partir em nome de Deus-sabe-lá-o-quê para sabe-lá-Deus-onde!
Agora voltaste, agora está tudo bem. E agora vives nessa tua nova casa de mogno castanho, bonito e envernizado, onde te posso visitar todos os dias, onde sei que jamais te posso perder novamente.
E prometo levar-te flores e lágrimas e lembranças todos os dias a esse lugar sombrio onde jaz o homem que amei durante toda a minha vida.
Porque eu sabia que voltavas, um dia.
3 Comments:
nem sempre é nossa decisão partir ou ficar... nem sempre podemos controlar as nossas acções... nem sempre podemos guardar algo para sempre... porque tudo tem o seu limite (resta saber até onde)
(eu gosto ^^)
*
Eu não consideraria isso um regresso... Parece-me antes uma patida muito mais dura.
Depende do ponto de vista.
Enviar um comentário
<< Home