Gritos mudos
Tu dizes que sim, eu digo que não. Gritas que tens razão e eu grito que não. Afinal a razão é de quem? E afinal o que é a razão? Qual a razão que nos leva a discutir por uma razão que queremos ter e nem sabemos porquê?
Viramos as costas, a discussão não se ouve, mas ela continua. Continua com gritos mudos que tentamos silenciar um ao outro, assim de costas viradas, sem nos olharmos nos olhos, sem querermos mostrar que afinal agora a razão já não tem tanta importância. Mas somos duros, não queremos ser fracos, e por isso continuamos de costas voltadas. Os gritos cessam e dão lugar ao silêncio, aquele silêncio desconfortável que não nos deixa perceber nada.
E agora que já passou algum tempo, já nem sabemos por que razão o silêncio ainda se mantém. Queremos falar, mas as palavras custam a sair. Porque custa pedir desculpa? Porque custa admitir que afinal a razão não nos pertence, se ela não pertence a ninguém?
Porque continuamos calados? Até quando é que isto vai ficar assim? Até quando o teu silêncio vai permanecer sobre as palavras que eu já lancei, as palavras de desculpa que te pedi, com sinceridade e com saudade?
Agora já é tarde. Agora quero a minha razão de volta. Cala os teus gritos mudos, porque eu virei-te as costas de vez. Desculpa.
[Acabou.]
3 Comments:
Mulher decidida... mas berra mais baixo k ja me dói o ouvido :P
O princípio parece as nossas discussões... :P
Eu sinto aí o fim de umas coisas lá MUITO (que se virmos bem, nem é assim tanto...mas parece) pra trás... Inda bem que acabou, I guess...
Quantas discussões assim eu ainda mantenho. :|
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