Adeus

Ela grita e ninguém ouve. Ninguém ouve a sua súplica, o seu apelo. E aquela areia é tão branca e aquele mar tão azul, mas o vento é tão gelado... e o tempo agora parou e só se ouve o bater pausado do seu coração despedaçado.
Deixaram-na ali, deixaram-na para morrer, para não ter um sítio onde se refugiar, para não ter ninguém para lhe estender a mão. Queriam que ela fosse a ilusão, a perfeição que ela não queria ser. E não havia uma palavra, uma palavra que lhe dissessem para ela se sentir diferente e especial, uma pessoa normal como as outras. E agora estava a sentir pela primeira vez, a sentir a dor da rejeição, a dor de não ser aceite como aquilo que queria ser.
Caiu na areia exausta, não tem mais forças para caminhar. Agora só um milagre a pode salvar do destino que o areal lhe reserva, aquele areal que primariamente lhe tinha parecido tudo o que ela antes desejara na sua vida.
Agora está tudo perdido... e com os olhos semi-cerrados vislumbra a aparição da sua salvação eterna.
[In loving memory...]
4 Comments:
O In Loving Memory [dos More Than 1000 (ou mesmo o dos Alter Bridge, mas os primeiros são mais mórbidos...)] fica bem nesse post e com a Emily.
'Tadinha, deixada na secura da areia e ao gélido vento. I pity her. Mas estranhamente tem uma certa harmonia...Enfim, devaneios....:P É isso e estar a ouvir o Untitled dos Simple Plan.
Só falta saber se salvação eterna será.. ou se essa salvaçao é mesmo eterna... a história tem continuaçao?
Não, a história não tem continuação. "Agora está tudo perdido...", ela morreu no seu areal de sonho, na sua ilusão fantástica de ser.
Morrer por rejeição é triste (no sentido ofensivo da palavra).
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