segunda-feira, agosto 01, 2005

Prisão


Sinto-me presa, enjaulada, sem ar nesta caixa transparente em que me guardaste para me proteger do mundo. Eu não quero ser prisioneira do teu amor, quero viver a minha vida, livremente, quero ser de mim e do mundo, não a boneca que guardas nessa prisão.
Não sinto o ar, o vento a bater na minha cara; não vejo as cores da vida lá fora, não sinto o cheiro do que me rodeia. Tapaste-me os olhos com as tuas mãos, não me deixas seguir sem ti, não me deixas ser eu.
Asfixias-me nesse buraco que queres que seja o nosso mundo, mas nós não temos um mundo. Não tem cores, não tem cheiros nem sabores, não tem liberdade. É uma bolha que criaste e que separaste dos outros para que eu pudesse ser só tua. Mas eu não quero ser a tua boneca, ou a tua escrava, não te quero ser nada.
Quem ama não prende... e tu não só me prendeste como quiseste comandar a minha vida, os meus sonhos. E quem tenta comandar os meus sonhos não merece os meus bons sentimentos.
É por isso que vou sair, desta caixa e de ti. Vou voltar para o mundo que me quer livre e não me controla. Vou voltar a ser eu, como sempre fui, e vou amar fora dessa tua obsessão por mim.

1 Comments:

At 01 agosto, 2005 15:52, Anonymous Anónimo said...

It happened before, acharmos que estamos presas a alguém, quando no fundo estamos presas á ideia que temos de alguém, á esperança que temos em alguém.

one thing i learned: os outros são sempre o nosso espelho

adoro o que escreves

 

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