Ella Palmer & Easyway @ Lótus Bar, 24/11/2006
O dia finalmente chegou. Depois de tanto tempo a ouvir e a gostar da música dos Ella Palmer, finalmente tive a minha grande oportunidade de os ver ao vivo!
Sexta-feira à noite, fomos nós todas catitas (sem maquilhagem nem nada dessas tretas porque iamos a um concerto e não sair à noite ou jantar fora!), em direcção a Cascais. A Raquel, a Sofia e a Hobbes foram um bocado a reboque comigo, o Ricky baldou-se à última da hora.
A noite até estava agradável, a chuva deu-nos tréguas. E dentro de um Lótus Bar, minúsculo como já todos o conhecem, deu-se início ao momento que eu tanto esperava! Acreditem que nervosa estava eu, as expectativas eram grandes e não queria ser desiludida, que para isso já temos os nossos namorados!
Começou e começou bem com um tema novo. Eu vi ali muita vontade de crescer e fiquei muito contente com isso. Cantaram três temas que estão disponíveis no myspace.com deles. Ficou de fora a Sleepless Whores And Cocaine Mirrors, com muita pena minha que foi menos umas que cantei. O Dado puxou por nós, o público apesar de pouco, aderiu. Ouviam-se algumas vozes a acompanha-lo, mas não muitas que a banda é relativamente recente e é de Setúbal, os protegidos dos More Than A Thousand, como eu lhes chamo volta e meia. Quando eles se preparavam para sair, ouviu-se inesperadamente o mítico "só mais uma, só mais uma" e eles fizeram-nos o favorzinho e tocaram novamente a Words Are Meaningless, que o guitarrista é novo e ainda não têm muitas músicas ensaiadas.
Gostei, gostei muito e agora estou feliz. Ainda confraternizamos com uns rapazes lá do canto, coisa pouca e a Raquel amou o mosh e diz que só quer é moshar para o resto da vida.
De Easyway não posso falar muito porque só lá estivemos um bocado, a Sofia tinha de estar cedo em casa. Mas a actuação deles estava a a ser bastante fixe.
Quando viemos embora a Raquel apaixonou-se por uma t-shirt de Easyway e eu vi os Ella Palmer ali ao lado a tentarem vender as deles. Depois de três horas e meia a contar os trocos todos para o taxi, lá compramos cada uma a sua t-shirt e eu até tive um diálogo bastante engraçado com o Luís, baterista de Ella Palmer. Foi o seguinte:
Moi (bastante envergonhada e quê): Olá! Eu quero aquela t-shirt se faz favor (a apontar para a t-shirt que agora se encontra em meu poder).
Luís (com cara de parvo, diga-se!): A t-shirt? Tu queres comprar a t-shirt??
Eu (da timidez passei ao ar de 'tão mas este gajo não entende português ou que raio?): quero! (já ouvi dizer algures que os homens gostam de mulheres decididas xD)
Luís (com cara absolutamente de ela quer comprar a nossa t-shirt! oh meu Deus, oh meu Deus!!): mas tens a certeza?
Eu (já na fase de foda-se dá-me a merda da t-shirt!): tenho.
Ele lá me deu a t-shirt e eu lá lhes disse que tinha sido um óptimo concerto. Acho que corei e tudo. Mas depois faltou-nos 1€ para o taxi. O taxista até foi simpático e deixou-nos ir embora.
Acho que é de referir que passei o concerto de Easyway com medo do guitarrista que tava sempre à minha frente a tentar dar-me pontapés e socos ou mesmo com a guitarra. Sobrevevi =)
Dia 16 estamos lá para ver Triplet e Hills Have Eyes e One Hundred Steps.
Adeus.
Estes dias não têm sido nada fáceis, as noites não têm sido nada agradáveis. O Windows Media Player está à horas a tocar Placebo e só agora é que me apercebi de como seis meses é demasiado tempo para nos aguentarmos longe um do outro. Quero esperar por ti, porque gosto imenso de ti e afinal de contas seis meses não é assim tanto tempo. Mas seis meses sem ti, seis meses é demasiado tempo para alguém da minha idade que ainda não se quer agarrar demasiado a compromissos.
Por um lado não quero esquecer aquilo que sinto por ti, não quero esquecer tudo o que aconteceu nestes últimos nove meses das nossas vidas. Mas por outro lado, talvez a tua viagem tenha vindo na altura certa, não sei. Sinto-me só e desamparada e apenas o tempo nos saberá dizer se afinal fomos feitos um para o outro ou se tudo isto foi uma perda de tempo. Seja como for, só quero que voltes depressa. Ainda não passou uma semana desde que te foste embora e já sinto demasiado a tua falta.
Gosti =)
[Only six more months to go.]
Queria sentir-me jovem outra vez. Livre, leve e sem grandes preocupações. Não me interpretem mal quando digo que gostava de voltar a sentir-me jovem. Sou nova, o meu BI diz que tenho 25 anos, mas o meu coração pesa como se tivesse 60 ou mais...
Vou contar-vos de quem é a culpa: a culpa foi de um qualquer dia do início de Julho, em que estava tanto calor que ficar em casa era insuportável e andar na rua era impossível. A culpa foi dos 40ºC à sombra que se faziam sentir e que me obrigaram a entrar num café absolutamente ao acaso para comprar uma garrafa de água o mais gelada possível. A culpa foi do rapaz que estava atrás do balcão, que tinha uns olhos tão vastos que fariam inveja ao mundo. A culpa foi da minha insistência em aparecer naquele café todos os dias à mesma hora sempre com a mesma desculpa, e ainda da inteligência daquele homem que gostava de literatura tanto como eu.
Graças a Deus que lhe dei o meu número de telefone! E um Verão entediante tornou-se fresco à sombra de uma paixão mais quente do que o calor que o sol fazia questão de espalhar pela cidade. Mas nunca pensei que um amor se pudesse sobrepor a tudo o resto que existia na minha vida. E eramos felizes.
Mas as felicidades assim nunca duram tanto tempo quanto aquele que desejamos, vá-se lá saber porquê! Mas eu digo-vos de quem foi a culpa: a culpa foi daquela discussão estúpida que tivemos em Maio. A culpa foi da minha ideia parva de sair de casa para fugir das palavras dele. A culpa foi da estupidez dele em vir atrás de mim para me pedir desculpa e daquele cabrão que vinha distraído demais para reparar que o semáforo estava vermelho. E foi todo um rol de acontecimentos infelizes juntos: a ambulância que demorou uma eternidade a chegar, ele que parou de respirar e fechou os olhos cedo demais e não me deu tempo sequer de me despedir.
Depois disso poucas lembranças tenho dessa noite, ou dessa semana sequer. Às vezes tenho alguns flashbacks, outras vezes pesadelos e vem-me à memória o paramédico a tentar acalmar-me depois de me dizer que "infelizmente não há mais nada que possamos fazer", ou o padre a rezar pela sua alma no cemitério dos prazeres, amén!, os enjoos sucessivos e a tristeza profunda.
Passadas algumas semanas fui a casa dele buscar algumas coisas. Descobri uma caixinha de veludo azul em cima de dois bilhetes para o teatro para a noite do acidente e chorei. Hoje resolvi passar pelo médico antes de voltar a visitá-lo e descobri que afinal o homem da minha vida nao me deixou sozinha. É uma menina e tenho a certeza que vai ter os olhos do pai.
[Eu não gosto muito, mas como o maninho insistiu... here it is.]