quarta-feira, dezembro 27, 2006

Tombstone


It's cold and I still sit in here with this gun in my hands, I don't understand what I've done
I want to elucidate myself but my hands are all covered in blood and why is this man here?


It seems impossible, why does the sun shine for some why can't the sun shine for all?
Eleven hours now and I keep sitting here all alone, why can't the sun shine for me?
When my breathing failed I fell asleep on the floor and I woke up with all this tombstones by my side and a gun in my hand


It's cold and I'm sitting here with my hands covered in blood, why am I here with this corpses so near?

Eleven hours now and I keep sitting here all alone, why can't the sun shine for me?
When my breathing failed I fell asleep on the floor and I woke up with all this tombstones by my side wondering 'is the blood here?'

It's cold and I am sitting here, it's cold and I...


Hills Have Eyes feat. Vasco Ramos from MTAT - "Tombstone", All Doves Have Been Killed.

sábado, dezembro 23, 2006

Ao acordar, pela manhã, espreitou pela janela e tudo lhe pareceu mais brilhante e colorido. A felicidade é mesmo de nos deixar assim, tontos e perdidos nas lembranças e nos desejos...

[Sorriso parvo e olhar sonhador =$]

terça-feira, dezembro 19, 2006

A estrela cadente cruzou, rápida e brilhante, o céu por cima das suas cabeças que saíam timidamente debaixo da manta vermelha que tinham levado para o piquenique.

“Pede um desejo”, disse-lhe ele.

Ela fechou os olhos e pediu com muita força que pudessem ficar juntos um dia, sem saber que o mesmo desejo ecoava na mente dele em segredo absoluto.
Tinham combinado fazer aquele piquenique completamente na brincadeira, uma desculpa esfarrapada para se verem e nada mais. Por isso mesmo, escolheram o primeiro dia que lhes veio à cabeça, o mais próximo que lhes foi possível combinar. Tiveram sorte, o tempo mostrou-se disponível para lhes alegrar mais um pouco esse dia de um Inverno
ainda tão recente.
Estavam tão felizes que nem deram conta das horas a passar a não ser quando escureceu. As estrelas substituíram o sol e a temperatura baixou. Protegeram-se do frio como puderam e acabaram debaixo da tal manta vermelha até avistarem a estrela cadente e pedirem o desejo a que tinham direito. O mesmo desejo…

“Já pedi”, respondeu-lhe ela.

E como que por magia, o sentimento falou mais alto nesse instante e as suas mãos tocaram-se sem intenção. A troca de olhares foi inevitável mas suficiente para lhe dar coragem para a beijar, numa espécie de “agora ou nunca”.
Regressaram a casa apaixonados como sempre estiveram e juntos como sempre quiseram estar.

Ninguém sabe ao certo o que aconteceu a este jovem casal, mas eu ouvi dizer que foram felizes para sempre, um pouco ao estilo dos contos de fada.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Parte I

Encostada à parede do chuveiro, deixou-se escorregar para o chão e ficou assim a sentir a água cair-lhe no corpo. Era uma sensação agradável, já poucas coisas a faziam sentir-se assim viva. A juventude ficou para trás e com ela os amigos foram-se perdendo. Lisboa foi substituída por um outro lugar, da faculdade nem se fala. Já não havia mais diversão como no tempo das praxes ou aquelas tardes passadas de loja em loja a rir com as amigas e a andar nos carrinhos de choque como crianças pequenas. O curso acabou e o trabalho foi demais e demasiado longe de casa para aguentar aquelas amizades tão preciosas. O namorado trocou-a por um qualquer trabalho fora do país e agora não havia nada mais do que os pacientes de quem tomava conta naquele hospital onde era enfermeira fazia agora cinco longos anos. Longos demais para uma pessoa ainda tão jovem exteriormente. Por dentro sentia-se velha e cansada. Precisava de voltar aos velhos tempos, às gargalhadas, à diversão…
Os colegas de trabalho tinham vida própria, mal olhavam uns para os outros e não era isto que ela queria para a sua vida. Ela e as amigas tinham sonhado um dia abrir uma loja no Bairro Alto, divertir-se a vida toda, serem amigas para sempre no matter what! E tinha acontecido precisamente o contrário. Parece que toda a gente se agarrou à profissão que escolheram quando acabaram os seus cursos. E era isso que esperavam de nós, era isso que ia dar estabilidade e segurança às nossas vidas. Abrir uma loja ou um bar ou o que quer que fosse era arriscado demais para pessoas novas como nós éramos e inconscientes dos riscos que corríamos. Mas tínhamos tudo para dar certo, só que os outros não sabiam…
Agora, sentada no sofá da sua casa solitária, onde até o seu gato a abandonou ao morrer um dia, velho e cansado, mostrando-lhe que seria isso que iria acabar por lhe acontecer também um dia, revive memórias dos seus dias felizes. E no meio das cartas e dos postais das amigas, de quando ainda se falavam, no meio das agendas, das fotos e do álbum que fizeram na faculdade, sente que ainda não é tarde para voltar a ser feliz. Então decide começar a escrever

“Querida Sofia,”.

(Continua um dia destes e acaba com final feliz.)

[Gosto bué de vocês =)]

segunda-feira, dezembro 11, 2006

“Não mereces ser feliz José. Não mereces porque eu não quero, não mereces porque sou má demais para querer que sejas feliz. Não mereces ser feliz, não mereces conhecer as coisas boas da vida.”

“Porquê?”

“Porquê? Porquê, perguntas tu? Porque tu não sabes amar. E isso eu não consigo suportar. Não consigo suportar alguém que não sabe amar!”

“Não, não sou eu que não sei amar. Tu é que não sabes.”

“Como é que te atreves?”

“Se soubesses o que é amar, percebias que te amo.”


E com isto o José calou a Teresa e virou-lhes as costas.


[Afinal não é preciso ter o mundo para ser feliz.
Basta saber ver as entrelinhas.]